Não sei quem sou
– e, puxa, desculpe começar a bio assim, sem aquele início de impacto que precede a construção do herói.
fotos Pedro Pinho
Minha história com a caligrafia vem de 2009 - quando, em meio à um turbilhão pessoal, cismei que minha letra não evoluía junto com minha visão do mundo. A letra era algo estanque e isso virou um problema (vale dizer que sou de aquário e não raro ciscos viram dramas).
Hoje, meu trabalho tem muito mais a ver com essa experiência da letra pessoal do que com a caligrafia artística clássica. Aprendi e aprendo a distorcer e contorcer minhas letras. A entender o esqueleto que sustenta seus músculos. A saber quais sensações passam. A tirá-las de um lugar onde há verdade em mim.
É um trabalho com espaço para o sentir, para o caos e o acaso. Muito mais que a perfeição alva e silenciosa, o erro é o lugar onde eu e você fazemos contato. Não passei na fila do virtuosismo (não que eu não tivesse vontade), mas sou feliz em ser assim humano e em transmitir minhas humanidades naquilo que escrevo e na estética que isso assume.